A denĂșncia apresentada nesta segunda pela vice-procuradora-geral da RepĂșblica, Lindôra AraĂșjo contra o senador Sergio Moro (União-PR), pelo crime de calĂșnia contra o ministro Gilmar Mendes, do STF, tem quatro pĂĄginas e tem como base um vĂdeo de oito segundos no qual o ex-juiz da Lava-Jato aparece falando em tom descontraĂdo sobre "comprar" um habeas corpus de Mendes.
Na gravação apócrifa, que passou a circular nas redes sociais na noite da Ășltima quinta-feira, o ex-juiz da Lava-Jato aparece sorrindo, de casaco e calça jeans, em um gramado, quando uma interlocutora que não aparece nas imagens diz que "tĂĄ subornando o velho". "Não, isso é fiança? instituto? pra comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", responde Moro, pegando um copo com alguma bebida não identificada. O vĂdeo acaba logo depois.
O senador afirma que a declaração foi tirada de contexto. O ministro do Supremo apresentou representação à PGR na sexta passada, citando a nota do Radar sobre o caso.
"O denunciado SERGIO FERNANDO MORO emitiu a declaração em pĂșblico, na presença de vĂĄrias pessoas, com o conhecimento de que estava sendo gravado por terceiro, o que facilitou a divulgação da afirmação caluniosa, que tornou-se pĂșblica em 14 de abril de 2023, ganhando ampla repercussão na imprensa nacional e nas redes sociais da rede mundial de computadores", diz a denĂșncia.
Lindôra afirma ainda que Moro "agiu com a nĂtida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do PaĂs".
Ela pediu que, caso o senador seja condenado a pena superior a quatro anos de prisão, ele perca seu mandado parlamentar, ao qual foi eleito em 2022.