Operação CalvĂĄrio: Justiça condena "empresĂĄrio dos livros" e mais dois integrantes da ORCRIM que se instalou no Governo da PB

Por Redação - Além do Fato em 18/07/2022 às 14:51:38

Anos depois da deflagração da Operação CalvĂĄrio, que apurou fraudes e desvios na saĂșde e na educação da ParaĂ­ba, a Justiça publicou ontem a primeira sentença relacionada ao caso. Uma decisão do juiz FabrĂ­cio Meira MacĂȘdo, da 3ÂȘ Vara Criminal de Campina Grande, condenou o empresĂĄrio Pietro Harley Dantas Félix e mais duas pessoas: Camila Gabriella Dias TolĂȘdo Farias, esposa de Pietro; e Luiza Daniela de TolĂȘdo AraĂșjo, prima dela.

Na decisão o magistrado condenou Pietro a 4 anos e 6 meses. JĂĄ Camila foi condenada a 03 anos e 10 meses e Luiza Daniela TolĂȘdo a 3 anos. Todos deverão recorrer em liberdade.

Na denĂșncia o MP afirmou que "os acusados teriam ocultado valores auferidos ilegalmente a partir da atuação de uma organização criminosa no âmbito do Estado da ParaĂ­ba, cuja atividade teria sido elucidada a partir da denominada OPERAÇÃO CALVÁRIO".

"Posteriormente à prĂĄtica de tais delitos antecedentes, Pietro Harley, valendo-se de Luiza Daniela TolĂȘdo de AraĂșjo teria ocultado a origem, localização, disposição e propriedade de bens provenientes, direta ou indiretamente, das inĂșmeras infrações penais por ele praticadas, em duas situações distintas, precisamente quando adquiriu em nome de Luiza Daniela um automóvel BMW X3 XDRIVE, avaliado, em janeiro de 2015, conforme Tabela FIPE, em R$248.912,00 (duzentos e quarenta e oito mil, novecentos e doze reais), procedimento igualmente adotado com o automóvel MINI COOPER, avaliado, em dezembro de 2017, nos termos da tabela FIPE, em R$98.000,00 (noventa e oito mil reais)", relata a sentença, fazendo referĂȘncia à denĂșncia do MP.

Durante o processo Luiza Daniela "aduziu, em sĂ­ntese, a inexistĂȘncia de dolo, diante do desconhecimento de participação na prĂĄtica de qualquer delito, alegando, ainda, inexistĂȘncia de comprovação da ilicitude dos recursos".

JĂĄ a defesa de Pietro Harley argumentou que "apenas procurou blindar um patrimônio licitamente adquirido, negando participação em qualquer atividade delituosa".

Por sua vez, Camila Gabriela disse "ser genérica a denĂșncia, alegando a sua ilegitimidade passiva, bem como nunca haver participado de qualquer ação delituosa. Acrescentou que toda a atuação que a envolve se deu Ășnica e exclusivamente por ser esposa de Pietro Harley e emprestar seu nome para atividades que acreditava, e ainda acredita, serem lĂ­citas".

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