Ex-governador Ricardo Coutinho se diz vítima de lawfare: "Até hoje, três anos depois, eu nunca fui ouvido"

Por Redação - Além do Fato em 06/05/2022 às 00:48:16

O sistema judicial brasileiro é o suspeito em um documentário lançado nesta quarta-feira (4). Justiça contaminada: o teatro do lavajatismo na Paraíba mostra como a Operação Lava Jato pode ter "contaminado" o sistema judiciário brasileiro, replicando seus tentáculos políticos e métodos irregulares para a Paraíba, onde ocorreu a Operação Calvário.

O documentário produzido pelos jornalistas Camilo Toscano e Eduardo Reina foi lançado com transmissão ao vivo pela TV Conjur, e com a presença do ex-governador Ricardo Coutinho em uma live para debater o tema. Principal alvo da operação deflagrada pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Justiça, Coutinho governou a Paraíba por dois mandatos, eleito em 2010 (53,7% dos votos) e reeleito em 2014 (52,6%).

Destruição da imagem

Na live de lançamento do documentário, Coutinho apontou como primeiro problema a "dificuldade enorme de acesso às supostas provas" e a busca constante de destruição da imagem. "Não é só a institucionalidade, a mídia não lhe dá um único minuto para você responder, esclarecer. Até hoje, três anos depois, eu nunca fui ouvido. Esse processo todo é uma violência do Estado", afirma o ex-governador, citando a imprensa e seu "papel fundamental de destruidor" no processo.

Depois de ter sofrido ameças, inclusive de morte, ele acredita que foi perseguido por ter se posicionado contra o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff e a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – ou, como ele diz, os "golpes" de 2016 e 2018. "Eu era governador e tive posição, e teria de novo", acrescenta Coutinho, lembrando que sua crítica não é dirigida à instituição MP, mas a alguns promotores. "Os juízes sabem que não há materialidade, não há provas".

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