Operação Calvário: Delatora afirma que governador João Azevêdo recebia propina de R$ 120 mil por mês

Ex-secretária estadual relata que João Azevedo sabia que o dinheiro era de contratos da Saúde e o usou para bancar despesas de seus parentes

Por Redação - Além do Fato em 26/01/2022 às 23:58:21

O governador João Azevêdo (Cidadania) foi citado por Livânia Farias, investigada na Operação Calvário, em acordo de delação premiada.

Em trecho do depoimento, a ex-secretária de Estado diz que propinas pagas pela Cruz Vermelha do Brasil ajudaram a custear despesas de João Azevêdo a partir de abril de 2018, período em que ele se afastou da Secretaria de Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente para concorrer às eleições estaduais. Os repasses teriam se estendido até o mês de julho, totalizando cerca de R$ 480 mil.

Segundo Livânia Farias, o então chefe do Executivo estadual, Ricardo Coutinho, a procurou e pediu que fosse providenciado um valor a ser repassado a João Azevêdo. A quantia, de acordo com ele, serviria para o custeio de despesas. "Ele ia andar o estado todo [em campanha] e, como não era secretário e não tinha salário, teria que se fazer com que ele se sustentasse", contou Livânia.

Ainda conforme a ex-secretária de Finanças, ficou acertado R$ 120 mil mensais. "Eu disse a ele [Ricardo] que esse dinheiro só tinha como sair da Cruz Vermelha", completou. Livânia Farias informou que Ricardo a orientou a falar com João Azevêdo para saber a quem o dinheiro deveria ser entregue.

"Passaram-se alguns dias, encontrei com João e disse que o problema dele já tinha sido resolvido. Aí ele disse: então você fala com Deusdete Queiroga, que era secretário executivo e passou a ser secretário quando João saiu [para campanha]".

A entrega do dinheiro a Deusdete Queiroga era feita, segundo Livânia, por Leandro Nunes, na época, seu assessor. Deusdete Queiroga foi mantido no cargo de secretário de Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente pelo governo de João Azevêdo.

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