Lula: "O governo Bolsonaro perdeu totalmente o controle. A fome voltou forte"

Por Redação - Além do Fato em 22/07/2021 às 02:44:51

É inadmissível que um país reconhecido como exemplo mundial de combate à fome pela maior autoridade internacional sobre o assunto, a FAO, das Nações Unidas, esteja sendo devastado pelo flagelo da desnutrição crônica. Foi nesse tom de indignação com a atual situação do Brasil que o presidente Lula concedeu entrevista à Rádio Jovem Pan. "Me parece que o governo perdeu totalmente o controle dos preços, sobretudo naquilo que é necessário à sobrevivência digna do povo", avaliou o líder petista, apontando para a destrutiva política econômica do ministro Paulo Guedes.

"Temos 15 milhões de pessoas desempregadas, outras seis milhões não procuram mais emprego e mais 33 milhões que estão subempregadas. Estamos vivendo uma situação grave no país, eu não esperava que a fome voltasse como voltou. Voltou forte", lamentou Lula.

Em 2014, durante o governo Dilma, o Brasil havia deixado o chamado Mapa da Fome das Nações Unidas, uma radiografia dos países com pessoas vivendo em estado de insegurança alimentar grave.

"Tenho 75 anos de idade, saí do Nordeste por causa da fome. E agora ver uma mulher à espera de um osso na fila de um açougue pra fazer uma sopa?! Como é possível essa situação num país que já foi a sexta economia do mundo? Ver o povo dormindo na rua. Não é possível", disse. "A falta de respeito com o povo mais humilde desse país é total e absoluta, nunca vi nada igual no mundo".

Lula reafirmou que é possível o país voltar a crescer e dar condições dignas de trabalho e moradia para a população, por meio de uma política de investimentos públicos, combinados a uma participação da iniciativa privada. "Se o poder público não toma a iniciativa de acreditar na sua própria política, de ser o indutor, o empresário não vai colocar dinheiro", ressaltou.

Para Lula, o país precisa de alguém que goste dos brasileiros. "É possível o povo viver melhor, acordar todo santo dia e tomar café, almoçar, jantar. Que tenha emprego formal, com direito a férias, a assistência médica, a seguro-saúde". Ele lembrou que os governos do PT foram os que mais geraram emprego na história: 22 milhões de postos formais.

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