Diretor do Instituto Butantan avalia que o governo Bolsonaro boicotou a vacinação contra a Covid-19 "O Brasil poderia ter sido o primeiro a vacinar "

Por Redação - Além do Fato em 27/05/2021 às 15:35:26

O diretor do Instituto Butantan Dimas Covas demonstrou em seu discurso de abertura na CPI da Covid, no Senado, na manhã desta quinta-feira (27), como o governo Bolsonaro boicotou a vacinação contra a Covid-19 no Brasil. Ele informou que a primeira oferta de vacinas foi feita ao governo federal em julho passado e que em dezembro a vacinação poderia ter se iniciado.

Ele relatou que em 20 de outubro, o então ministro da SaĂșde, general Eduardo Pazuello afirmou que a Coronavac seria "a vacina no Brasil" e, no dia seguinte, Bolsonaro em manifestação pĂșblica garantiu que ela "não seria comprada".

Covas informou que a oferta de julho havia sido de 60 milhões de doses para entrega no Ășltimo trimestre de 2020 e que também pediu ajuda para habilitar uma fĂĄbrica, que produziria vacinas em 2021. Disse que não recebeu respostas para nenhuma das ofertas.

Segundo Covas, no inĂ­cio de dezembro, o Butantan tinha mais de 5,5 milhões de doses da Coronavac prontas para iniciar a vacinação e estava processando mais 4 milhões, enquanto o mundo tinha vacinado apenas 4 milhões de pessoas ao fim de dezembro. A primeira a ser vacinada no Brasil, em São Paulo, foi a enfermeira Mônica Calazans, apenas em 17 de janeiro, quando o mundo começou em 8 de dezembro. "O Brasil poderia ter sido o primeiro a vacinar se não fossem os percalços que tivemos que enfrentar do ponto de vista do contrato [com o governo Bolsonaro] como do ponto de vista regulatório [com a Anvisa]", disse o diretor do Butantan.

Comunicar erro

ComentĂĄrios