Prefeitura de São João do Tigre paga R$ 97 mil por contrato de R$ 187 mil para aração com cinco tratores, mas serviço foi feito com tratores do próprio município e um equipamento de fora

Mais um tapa na cara dos agricultores de São João do Tigre: contrato de R$ 187 mil para aração de terras levanta suspeitas e revolta produtores

Por Redação - Além do Fato em 23/05/2025 às 21:05:48

A Prefeitura de São João do Tigre firmou contrato com a empresa Paulo César Transportes no valor de R$ 187 mil para a realização de 1.000 horas de corte de terras com cinco tratores, conforme o contrato de adesão nº 01901/2025. No entanto, até o momento, já foram pagos R$ 97.427,00 referentes a 521 horas, mesmo com denúncias de que o serviço efetivo foi mínimo e executado quase exclusivamente com tratores do próprio município.

Segundo agricultores da zona rural, apenas um trator - da marca Massey Ferguson, vindo da cidade de Zabelê - apareceu brevemente nas comunidades, e ainda assim, não era da empresa contratada. Esse trator foi abastecido pela própria Prefeitura de São João do Tigre e, conforme relatos, não chegou a realizar nem 50 horas de corte. Todo o restante do serviço prestado foi executado com os dois tratores pertencentes ao município: um da marca John Deere e outro da marca New Holland.

"O contrato previa cinco tratores, mas só vimos um trator de fora, que nem era da empresa e mal trabalhou. Quem arou a terra mesmo foram os tratores da própria prefeitura. Isso é enganar o povo", denunciou um agricultor local.

A indignação da população é agravada pelo fato de que, após chuvas registradas em janeiro, o município passou por um período prolongado de estiagem — o que limitou ainda mais a janela ideal para o preparo do solo. Mesmo assim, quase R$ 100 mil foram pagos, levantando questionamentos sobre a fiscalização da execução contratual e a real destinação dos recursos públicos.

"É um absurdo pagar tudo isso por um serviço que não chegou. Enquanto isso, o agricultor perdeu o tempo de plantar e a chance de colher. É um golpe na dignidade de quem vive da terra", afirmou outro morador.

Lideranças locais e produtores estão cobrando apuração rigorosa por parte do Ministério Público e do Tribunal de Contas da Paraíba, diante de indícios de irregularidades na execução do contrato e omissão da fiscalização. Até o momento, a gestão municipal não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.

Confira o link do contrato aqui.

Veja os dados do sagres, comprovando os pagamentos:







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