Médico acusado de pedofilia completa 4 meses foragido e expõe falhas na Justiça e segurança da PB

Nesta quarta-feira (5), o médico Fernando Cunha Lima completa quatro meses foragido da Justiça, em um caso que tem exposto falhas nas forças de segurança da Paraíba e levantado questionamentos sobre uma possível rede de proteção ao acusado. O pediatra está desaparecido desde o dia 5 de novembro de 2023, quando o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) expediu um mandado de prisão contra ele, após sucessivos pedidos negados pela Justiça de primeira instância. Fernando é acusado de crimes de pedofilia em série, envolvendo múltiplas vítimas.

No dia 5 de fevereiro deste ano, a juíza Virgínia Gaudêncio de Novais, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, emitiu um novo mandado de prisão preventiva contra o médico. Em sua decisão, a magistrada destacou que o fato de Fernando continuar foragido indica que ele está deliberadamente evitando a prisão e representa um risco concreto ao andamento do processo e à execução de uma possível pena. A juíza também ressaltou a gravidade dos crimes atribuídos ao médico, que envolvem violência sexual contra crianças.

Rede de apoio e dificuldades na captura

De acordo com fontes policiais ouvidas pelo Além do Fato, Fernando Cunha Lima conta com uma extensa rede de apoio, que inclui figuras influentes de setores políticos, das forças de segurança e até do Judiciário. Essa rede, segundo as investigações, estaria auxiliando o médico a permanecer foragido, dificultando os esforços das autoridades para localizá-lo e prendê-lo. A complexidade dessa estrutura de proteção tem sido apontada como um dos principais obstáculos para a captura do acusado.

A demora na prisão de Fernando Cunha Lima tem gerado críticas à eficiência das forças de segurança da Paraíba. Para especialistas em segurança pública, o caso expõe fragilidades no sistema de justiça e na capacidade de execução de mandados judiciais, especialmente quando envolvem indivíduos com conexões políticas e recursos financeiros. A situação também tem causado indignação na sociedade, principalmente entre familiares das vítimas, que cobram justiça e maior empenho das autoridades.

Impacto no processo e na sociedade

A fuga prolongada de Fernando Cunha Lima não apenas desmoraliza as instituições de segurança, mas também coloca em risco a credibilidade do processo judicial. A demora na captura pode comprometer a coleta de provas e o depoimento de testemunhas, além de gerar desconfiança na capacidade do Estado de garantir a aplicação da lei. Para organizações de defesa dos direitos das crianças, o caso é emblemático da necessidade de maior rigor no combate a crimes de pedofilia e na proteção de vítimas vulneráveis.

Enquanto isso, as buscas pelo médico continuam, mas sem resultados concretos até o momento. A Polícia Civil e o Ministério Público afirmam que estão empenhados em localizar o acusado, mas reconhecem as dificuldades impostas pela suposta rede de proteção que o cerca. A população aguarda respostas e espera que a Justiça seja feita, enquanto o caso de Fernando Cunha Lima segue como um desafio às autoridades e um símbolo das falhas no sistema de segurança pública.