Polícia Federal monitorou encontro de prefeito eleito de Cabedelo com investigados da Operação 'En Passant

Por Redação - Além do Fato em 05/12/2024 às 08:01:28

A Operação 'En Passant', realizada pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), segue desdobrando novas descobertas sobre o envolvimento de agentes públicos e pessoas ligadas a facções criminosas no município de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa.

Entre as novas evidências, a PF e o Gaeco acreditam ter provas de um encontro ocorrido no dia 21 de outubro, envolvendo o prefeito eleito de Cabedelo, André Coutinho (Avante), o vereador investigado Márcio Silva (União Brasil) e Flávia Monteiro, uma das principais alvos da operação.

De acordo com as investigações, o encontro teria ocorrido em um apartamento de propriedade do vereador Márcio Silva, que foi eleito neste ano com 1.507 votos e é aliado político do prefeito Vitor Hugo (Avante).

No dia 18 de outubro, Flávia Monteiro já havia sido alvo de buscas da PF, como parte da primeira fase da operação, que investiga um suposto esquema de tráfico de influência envolvendo facções criminosas. Flávia, que é apontada como uma das principais articuladoras do esquema, é suspeita de ser o elo entre os agentes públicos e o grupo liderado pelo traficante conhecido como 'Fatoka'.

Durante as buscas realizadas na prefeitura de Cabedelo, a PF encontrou listas contendo nomes de pessoas nomeadas na administração municipal, com menções a "Marcela FTKA" ao lado de algumas dessas nomeações. A menção à "Marcela FTKA" é considerada uma referência à irmã de 'Fatoka', o traficante que, conforme a investigação, teria agido para indicar nomes para cargos políticos em gabinetes de vereadores e, posteriormente, na Prefeitura de Cabedelo.

O vereador Márcio Silva, que também foi alvo de busca e apreensão na segunda fase da operação, tem se tornado uma figura central na investigação. No documento que detalha as investigações, a Polícia Federal chegou a pedir a prisão do prefeito Vitor Hugo e o afastamento dele do cargo, mas a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) e a desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Maria Cristina Santiago, entenderam que não havia elementos suficientes para essas medidas.

Em vez disso, foram determinadas buscas e a imposição de medidas cautelares contra os investigados, como a proibição de deixar a comarca sem autorização judicial, o recolhimento domiciliar e a proibição de manter contato com outros investigados.




Comunicar erro

Comentários