Nos primeiros seis meses de 2024, os gastos com gêneros alimentícios para a Granja Santana, residência oficial do Governo da Paraíba, ultrapassaram a marca de R$ 615 mil. Esses dados foram extraídos do Sistema de Acompanhamento de Gestão de Recursos da Sociedade (Sagres) do Tribunal de Contas da Paraíba, que registra as despesas do governo estadual.
Segundo os dados disponíveis no Sagres Cidadão, entre 1º de janeiro e 21 de junho de 2024, a Casa Civil do governo destinou exatos R$ 615.731,05 (seiscentos e quinze mil, setecentos e trinta e um reais e cinco centavos) para abastecer a despensa da Granja Santana. A residência é utilizada pelo governador João Azevêdo (PSB) e seus familiares.
A análise das despesas revela que a maior parte dos recursos foi destinada a alguns fornecedores específicos. Três empresas se destacam na lista de gastos:
Esses valores refletem os pagamentos acumulados feitos a essas empresas, que estão entre as principais fornecedoras de alimentos para a residência oficial.
Os gastos elevados com a alimentação na Granja Santana suscitam questionamentos sobre a administração dos recursos públicos, especialmente em um contexto onde muitas famílias enfrentam dificuldades econômicas. É importante destacar que as despesas da residência oficial incluem a alimentação não só do governador e sua família, mas também dos funcionários e eventuais eventos oficiais realizados na Granja.
No entanto, o montante chama atenção por sua magnitude, que se traduz em uma média de pouco mais de R$ 100 mil por mês em despesas alimentares. Para efeito de comparação, esse valor poderia sustentar, em média, cerca de 400 famílias com cestas básicas ao longo de um mês, considerando o preço médio de uma cesta básica no Brasil.
A divulgação desses números reflete a importância da transparência nos gastos públicos e o papel fundamental do Tribunal de Contas da Paraíba em monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos pelo governo estadual. A sociedade civil tem acesso a essas informações através do portal Sagres Cidadão, o que possibilita uma maior participação e vigilância dos cidadãos sobre como os recursos estão sendo utilizados.
Até o momento, não houve uma resposta oficial do governo sobre os gastos específicos com gêneros alimentícios na Granja Santana. A divulgação desses dados pode impulsionar um debate sobre a necessidade de revisar e, possivelmente, otimizar as despesas associadas à residência oficial.