Em Sabatina da TV Cabo Branco, João Azevêdo não diz a verdade ao afirmar que não foi citado em delação da Operação Calvário

Por Redação - Além do Fato em 19/09/2022 às 04:13:56

O governador João Azevêdo Lins Filho (PSB), candidato à reeleição ao governo da Paraíba pelo PSB, foi sabatinado no JPB 1, da Rede Paraíba de Comunicação.

Durante a entrevista, o governador João Azevêdo se defendeu, ao afirmar que não foi citado em delação da Operação Calvário. A equipe de checagem do Portal Além do Fato, apurou e encontrou erros em algumas informações apresentadas pelo atual governador em relação a Operação Calvário.

"Eu tenho muita tranquilidade para falar sobre a Operação Calvário. Não fui citado como tendo recebido recurso de qualquer coisa", disse João.

A INFORMAÇÃO É FALSA


No dia 13 de janeiro de 2020, o Metrópole Estadão divulgou um novo vídeo da declaração premiada da ex-secretária de Finanças do Estado da Paraíba, Livânia Farias. Ela revelou que propinas pagas pela Cruz Vermelha do Brasil ajudaram a custear as despesas de João Azevêdo no período em que ele se afastou da Secretaria de Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente para concorrer às eleições estaduais em 2018.


No vídeo, Livânia diz: "Ele [João Azevêdo] ia andar o estado todo [em campanha] e, como não era secretário e não tinha salário, teria que se fazer com que ele se sustentasse". Livânia revelou ainda que ficou acertado com o ex-governador Ricardo Coutinho que o dinheiro repassado a João Azevêdo seria de R$ 120 mil. "Passaram-se alguns dias, encontrei com João e disse que o problema dele já tinha sido resolvido. Aí ele disse: então você fala com Deusdete Queiroga, que era secretário executivo e passou a ser secretário quando João saiu [para campanha]", diz a ex-secretária.


Segundo Livânia Farias, a entrega do dinheiro a Deusdete Queiroga era feita por Leandro Nunes, ex-assessor da secretaria de administração do estado.


De acordo com a assessoria do candidato:


"Em relação à Operação Calvário, é importante reforçar que no processo não há citação do governador João Azevedo, que seja resultante de qualquer investigação por parte dos órgãos de controle e fiscalização. A Operação cita a delação premiada de uma ex-secretária, que se beneficiou do instrumento para redução de pena. Outro ponto que deve ser esclarecido é que, mesmo com a delação, apesar de toda investigação nada ficou comprovado envolvendo o governador João Azevedo, nem mesmo os "repasses" citados pela ex-secretária. Portanto, a única citação existente é fruto de uma delação e que não ganhou sustentação em toda a investigação concreta."

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