Veneziano reafirma que o combate à fome será prioridade e critica falta de assistência do governo João Azevêdo

Por Redação - Além do Fato em 16/09/2022 às 23:28:36

O único candidato a governador da Paraíba que tem insistido na necessidade da retomada de políticas mais eficientes de combate à fome e à pobreza no estado e no país inquestionavelmente é Veneziano Vital do Rego, do MDB. Não apenas essa questão consta com grande destaque em seu programa de governo como ele sempre faz questão de destacá-la tanto em sua propaganda eleitoral como nos debates com os outros candidatos.

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), candidato ao Governo da Paraíba, contestou a fala de João Azevêdo durante a entrevista concedida ao programa F5 da Rádio Pop FM. Veneziano citou uma fala de João, onde o governador teria comemorado o fato da Paraíba ter 11% dos habitantes em situação de fome. "Ontem eu estava num debate com João Azevedo. João Azevedo se jactando, ou seja, feliz ao dizer que a Paraíba tem apenas 11% de pessoas passando fome, ou seja, 11% de pessoas passando fome, significa 400 mil cidadãos paraibanos que passam limitações, privações alimentares em nível mais grave e, 62% dos paraibanos tem algum tipo de limitação, moderada, leve ou grave. Só grave, 11%, e João Azevedo dizendo, "na Paraíba é o menor número".

Um estudo publicado pela Rede PENSSAN (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) sobre insegurança alimentar dão razão à prioridade que Veneziano aponta. Entre novembro de 2021 e abril de 2022, foram pesquisados 12.745 domicílios distribuídos em 577 municípios dos 26 estados e do Distrito Federal. Na Paraíba, o total de domicílios avaliados foi de 500.

O resultado da pesquisa foi publicado em relatório intitulado II Inquérito Nacional da Insegurança Alimentar no Brasil no Contexto da Covid-19, e suas conclusões evidenciam que a Insegurança Alimentar "se agravou de modo assombroso" no Brasil, fato que também está relacionado à ausência de dados oficiais, ou seja, de estudos permanentes, que permitam orientar a decisões no âmbito, sobretudo, dos governos estaduais, o que é atribuído ao "negacionismo científico" que é uma marca do atual governo federal, cujo efeito é negligenciar a elaboração de políticas públicas, que também tem um papel de coordenar ações entre os estados, numa repetição do que vimos acontecer durante a pandemia de Covid-19.

Segundo o estudo, apenas 36,1% das famílias paraibanas vivem em segurança alimentar, o que quer dizer que nada menos que 63,9% das famílias paraibanas convivem com algum tipo de restrição alimentar; para nossa tristeza, 10,6% passam fome! Esse percentual de 36,1% da Paraíba está abaixo da média nacional, que é de 41,3%, e é quase 15% menor que a média do vizinho estado do Rio Grande do Norte, que tem mais da metade de sua população em situação de segurança alimentar (51,2%).

Os números da Paraíba devem ensejar grande preocupação para o futuro governo: na Paraíba, quase 40% (39,2) das famílias sobrevivem com renda de até meio salário mínimo (R$ 606,00) (p. 24). Se dobrarmos a faixa de renda para um salário mínimo, esse percentual chega a 71,2%! A situação se mostra ainda mais dramática quando nos defrontamos com esses dados: 59,1% e 61,5% das famílias com rendimentos de até meio salário mínimo receberam Auxílio Emergencial e Auxílio Brasil (p.25). Essa obviedade não escapa, claro, aos pesquisadores quando afirmam que "a renda familiar se destaca como um forte condicionante da capacidade de acesso aos alimentos" (p. 21).

O estudo classifica a insegurança alimentar em três níveis: leve, quando há incerteza quanto o acesso a alimentos ou quando a qualidade da alimentação já está comprometida; moderada, quando a família não se alimenta na quantidade suficiente para matar a fome; e grave, quando há fome. No caso da Paraíba, a pesquisa constatou que 21,6% das famílias paraibanas vivem em insegurança alimentar moderada e grave, e 10,6 passam fome (p. 34). Mais grave ainda: nos domicílios onde moram menores de 10 anos, dois terços (66,3%) sofrem com insegurança alimentar, sendo que 33,8% moderada ou grave (p. 50).

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