Diretor de fiscalização do CRM mostra preocupação com o caos da saĂșde pĂșblica na gestão CĂ­cero Lucena "Não existe dignidade para o atendimento"

Por Redação - Além do Fato em 12/11/2021 às 03:18:25

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) pode interditar o Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity, o Trauminha, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. "Não existe dignidade para o atendimento médico nem para a população ser recebida" declarou o médico Bruno Leandro de Souza, diretor de fiscalização do órgão ao Portal T5.

Uma inspeção do CRM-PB identificou a falta de insumos bĂĄsicos como lâmina de bisturi, luvas, itens para realização de eletrocardiograma, aparelho de pressão, oxímetro, monitores e medicamentos essenciais. "Pacientes com hemorragias digestivas não tinham medicação que pudesse protegĂȘ-los", disse o médico. Nesse dia, também houve uma reunião entre a direção técnica e geral do Trauminha com o CRM-PB.

Segundo a fiscalização, atualmente, 87 médicos trabalham na unidade para atendimento diĂĄrio de pelo menos 100 pessoas nas clínicas e para procedimentos cirúrgicos. "Apesar da escala estar completa, o hospital não oferece condições para atendimento médico". Para a fiscalização, o número de procedimentos poderia ser maior. "Esses dados são superestimados, pois, algumas especialidades sequer estão agendando pacientes porque sabem que não tem material", contou.

De acordo com o médico Bruno Leandro, até lâmpadas faltam em consultórios da unidade. "Estive lĂĄ no período noturno e estava tudo escuro. Sequer tinha lâmpada para realizar o atendimento médico. São falhas que poderiam ser resolvidas de forma rĂĄpida, mas são tantas, que começa a inviabilizar a resolução", disse.

Em 2020, o Trauminha foi interditado pelo CRM-PB por questões estruturais. A unidade retornou o atendimento aos pacientes após a concessão de uma liminar a favor da Prefeitura de João Pessoa. "As reformas começaram a ser realizadas, mas ao nosso olhar, estão em ritmo lento", avaliou.

Comunicar erro

ComentĂĄrios